Acordo Bilionário de Opioides: Um Marco na Resolução da Crise (2023)

Quatro das maiores corporações dos Estados Unidos concordaram em pagar aproximadamente $26 bilhões para encerrar uma série de processos ligados a alegações de que suas práticas comerciais contribuíram para a devastadora crise dos opioides. Johnson & Johnson, gigante de produtos de consumo e saúde que fabricava medicamentos opioides genéricos, contribuirá com $5 bilhões para o acordo. As três principais distribuidoras de medicamentos, AmerisourceBergen, Cardinal Health e McKesson, pagarão um total de $21 bilhões.

Um Acordo Histórico

O acordo, considerado um marco significativo, foi saudado como "verdadeira responsabilidade" pelo Procurador-Geral do estado da Carolina do Norte, Josh Stein, que desempenhou um papel crucial nas negociações. Stein destacou que a maior parte dos fundos será destinada a programas de saúde e tratamento de drogas, visando amenizar a crise dos opioides. "Haverá pessoas vivas no próximo ano devido aos programas e serviços que poderemos financiar com os recursos deste acordo", afirmou.

Nenhuma das empresas admitiu qualquer culpa por sua participação na fabricação e distribuição em larga escala de medicamentos para dor durante o aumento da dependência e overdoses de opioides. Em comunicado conjunto, as distribuidoras afirmaram que o acordo abrange a "maioria esmagadora" dos processos relacionados aos opioides, conforme avaliação das empresas, com 46 estados e cerca de 90% dos governos locais elegíveis assinando o acordo.

Detalhes do Acordo

O acordo resolve milhares de processos civis movidos contra as empresas a partir de 2014 por governos locais e estaduais, bem como tribos nativas americanas em todo o país. Estima-se que cerca de $19,5 bilhões serão disponibilizados às comunidades nos Estados Unidos ao longo de 18 anos. AmerisourceBergen pagará $6,1 bilhões, Cardinal Health pagará $6 bilhões e McKesson, $7,4 bilhões.

Os pagamentos iniciais estão programados para começar em abril e continuarão ao longo das próximas duas décadas, chegando em um momento crítico da epidemia de opioides, com muitos americanos que sofrem de transtorno de uso de opioides migrando de analgésicos prescritos para o fentanil de rua, um opioide sintético mais potente e letal.

Impacto na Epidemia

O dinheiro chega em um momento em que a epidemia de opioides atingiu níveis perigosos, com overdoses de drogas matando mais de 100.000 pessoas nos EUA a cada ano, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Joe Rice, um dos principais advogados que processam a indústria farmacêutica por seu suposto papel na crise dos opioides, apoia o acordo, afirmando que os fundos ajudarão as comunidades devastadas a "começar a reconstruir... e lidar com esta epidemia".

Estrutura do Acordo

Rice destaca que o acordo foi estruturado em colaboração com autoridades governamentais locais para evitar problemas semelhantes aos enfrentados com o acordo de tabaco de $246 bilhões da década de 1990, no qual grande parte do dinheiro foi desviada para projetos não relacionados aos impactos na saúde pública do vício em tabaco.

Além disso, as empresas concordaram em financiar um novo sistema de monitoramento para evitar que comunidades sejam inundadas novamente com medicamentos de alto risco. "Se houver muitos comprimidos chegando a uma comunidade, um alarme será acionado, uma bandeira vermelha será emitida, e os distribuidores serão notificados", afirmou Stein, garantindo que nenhuma comunidade será mais inundada com opioides, como aconteceu nas últimas décadas.

Revelações e Desafios

Embora as empresas não admitam culpa no acordo, os processos revelaram práticas corporativas que os procuradores-gerais estaduais consideram profundamente problemáticas. Em alguns casos, as distribuidoras continuaram enviando grandes quantidades de medicamentos para comunidades rurais pequenas, apesar de alertas de que drogas como o OxyContin estavam sendo desviadas e vendidas no mercado negro.

Com este acordo de $26 bilhões agora aprovado, as negociações continuam em relação a um acordo separado envolvendo a Purdue Pharma, fabricante do OxyContin, e membros da família Sackler, proprietários da empresa privada. Esse acordo, se finalizado, espera-se que inclua pagamentos superiores a $6 bilhões. Enquanto isso, processos relacionados aos opioides continuam nos tribunais estaduais e federais em todo o país, concentrando-se principalmente em redes de farmácias que venderam grandes quantidades de opioides diretamente aos consumidores.

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Author: Aron Pacocha

Last Updated: 03/11/2023

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